terça-feira, 13 de julho de 2010

Para que minha vida siga adiante


A porta está ali, esperando pela razão da minha cabeça que deveria me levar até ela.
A cama ainda está quente.
Não gosto do jeito que me olha, tom de acusação. Eu sou a mocinha, dessa vez sim, meu bem.
Frieza e calmaria.
Eu nunca estive tão calma em dar uma decisão tão grossa e amargurada. Talvez seja porque já estava concretizada, certa de que isso era algo pra chegar ao meu fim.
Meu por saber que se eu passar daquela porta branca, o meu eu vai se apagar.
"Isso passa"... tentei confortar. Até mesmo me confortar.
Afinal, passa não passa?
Já senti tantas dores, que pareciam durar meus bem vividos 70 anos nesse mundo. E, passou tão rápido, que eu nem percebi.
Isso passaria rápido, se eu tivesse mesmo dado a decisão.
Mas, algo nos olhos fundos e vermelhos, algo atrás da acusação, me fez pensar no que eu perderia com isso.
Se eu ficar vai ser ruim pra mim, ir vai ser pior ainda.
Agora, entre as tantas pessoas que passam na rua, vendo os dois em pé, se encarando.
Não tinha resposta a dizer, por eu querer as duas coisas... ir e tentar ser eu sem ele, ou ficar e ser o meu eu que só sei ser com ele.
Eu te amo, foi o que consegui falar. Foi uma resposta, um veredito.
Entrei de novo pela porta branca, dessa vez decidida a ser o que não fui, decidida a desapegar.
Fiquei, não por ser burra.
Mas por amar demais, e ser egoísta a ponto de me fazer feliz, sem pensar do que isso pode causar.

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