quarta-feira, 7 de julho de 2010

Torpor


Lá fora o verde passa como um borrão, quase desaparecido.
Essa escuridão chega a me dar medo.
O assunto é politica, nada que eu queira dar minha opinião.
Minha cabeça não esta por aqui, dentro desse carro. Ela está no ponto de partida, esperando por minha volta amanhã, pra me atormentar mais um pouco.
O escuro lá fora até me é confortável perto do torpor.
É tranquilo, suave, fácil.
Prefiro essa escuridão do que a da minha cabeça. Essa, tem graça.
E, como toda escuridão existe uma luz para salvar, iluminar.
O meu poste, a minha luz, anda longe.Não tão longe, eu ainda posso toca-la. Por pouco tempo, eu sinto que é por pouco.
A lâmpada anda fraca, me deixando em meio a escuridão.
A escuridão lá de fora tem uma lua pra confortar e clarear a noite.
Eu tenho uma lua, além do poste. Talvez a lua seja mais interessante do que a fraca luz do meu poste.
Duvido muito.
Esse poste já me foi um farol, daqueles que se vê a distancia.
A minha lua está ali pra todas outras, o meu poste não, só me ilumina.
Ainda fraca, eu a amo, e anseio por mais por ela, essa luz.
Meu poste não é nenhum satélite natural, é meu mundo.
Essa lua que tenho, hoje, me ajuda a clarear um pouco o que o poste não anda iluminando. Mas é passageiro, eu sei.
Lua, luz, lua, luz, lua, luz.
Luz, minha luz.

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